Na próxima segunda-feira, dia 05, os vereadores de Cacoal elegerão o novo presidente da Câmara Municipal. Estão encabeçando as chapas como candidatos a presidente os vereadores Romeu Moreira e Valdomiro Corá, este último, tem enfrentado algumas dificuldades no que diz respeito a respaldo popular.
Nas redes sociais, vários cidadãos comentam as polêmicas em que o popular Corazinho tem se envolvido, principalmente as relacionados a práticas que foram alvos de investigações do Ministério Público, que o acusa, através da AÇÃO CIVIL PÚBLICA 7006952-31.2021.8.22.0007, de praticar improbidade administrativa, inclusive tendo recomendado que ele seja condenado à perda da função pública e se torne ilegível para as próximas eleições.
Em um dos trechos, o Ministério Público demonstra, após ouvir várias testemunhas, que o vereador do MDB estaria se utilizando de empresas laranjas para efetuar contratos com o poder público e tentar esconder esse vínculo espúrio. Apesar disso, conforme a Ação Civil Pública, o próprio Corá costuma se apresentar como dono de uma empresa de ônibus quando esta recebia a lavratura de algum auto de infração, seja da Polícia Militar de Rondônia, seja da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (SEMTTRAN).
Outra situação que o relatório da Ação Civil Pública revela é que o vereador, em algumas ocasiões, se gabava de ter a SEMTTRAN sob seu total controle, principalmente à época em que sua cunhada, Glaucione Rodrigues, comandava a prefeitura. Consta que ele chegou a pedir a exoneração de um servidor – fato que realmente ocorreu segundo o MP – após sua empresa ter ônibus apreendidos por irregularidades e o servidor recusou-se a revogar o ato infracional.
Apesar de pressões em defesa dos interesses de suas empresas junto ao poder público, Corá também é denunciado na Ação Civil Pública do MP por servir-se de sua condição de vereador para defender interesses privados, pessoais, como por exemplo, para evitar multas do SAAE. Ouvido pela promotoria, um servidor da companhia de água relatou ter sofrido forte pressão do vereador durante visita a um de seus imóveis, no estrito cumprimento de sua função.
Mesmo com toda essa trajetória marcada por fortes polêmicas e acusações de desvios éticos, Valdomiro Corá tem conseguido relativo sucesso em disputas eleitorais, apesar de já ter sofrido cassação de mandato por abuso de poder econômico.
OPERAÇÃO DETALHES
Em 08 maio de 2015 Corá foi uma das 18 pessoas denunciadas na Operação Detalhe, indiciado, juntamente com os demais, por participar de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, além de concussão. Ele e outros cinco denunciados chegaram a ser presos. De acordo com a polícia e o MP, o esquema, que teria rendido quase cinco milhões de reais aos envolvidos à época, consistia em direcionamentos de licitações, aprovações de loteamentos e a doação de terrenos para integrantes do grupo. Hoje, esse valor, corrigido monetariamente, seria de aproximadamente 6 milhões de reais.