Câncer mais frequente entre o público infanto-juvenil, segundo especialistas, a leucemia tem estimativa de mais de 11 mil casos no Brasil entre 2023 e 2025, segundo informações da publicação Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, lançada pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA). A publicação é a principal ferramenta de planejamento e gestão na área oncológica no Brasil.
O câncer que acomete crianças e adolescentes se origina em células primitivas, chamadas embrionárias, diferente do câncer que atinge adultos. “Em geral, os tumores de células embrionárias têm uma capacidade maior de respostas à quimioterapia. Em crianças, em quase a totalidade, vamos precisar combinar quimioterapia, cirurgia, e, menos possivelmente, a radioterapia. Os tumores pediátricos têm menos relação com hábitos de vida e exposição a fatores ambientais _ o que é evidente como fator de risco para desenvolvimento de câncer em adultos”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOP), Neviçolino Pereira de Carvalho Filho.
No cenário entre as regiões brasileiras, o Sudeste, com 4.610/100 mil habitantes, e Nordeste, com taxa de 3.300/100 mil habitantes, são os locais com maiores estimativas no país. Na sequência, aparecem Sul (2.190), Norte (790) e Centro-Oeste (650).
Já entre os estados, a estimativa mais alta de incidência de leucemia está no Ceará (8,39 casos para 100 mil habitantes), seguido por Santa Catarina (8,04) e Rio de Janeiro (6,48). Na outra ponta, no locais com menores incidências previstas, estão Goiás (1,91 casos para cada 100 mil habitantes), Tocantins (3,00) e Roraima (3,42).
Segundo o INCA, o cálculo dessas estimativas de câncer utiliza as bases de dados de incidência (casos novos), provenientes dos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) e dos óbitos, do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). A partir da relação entre incidência e mortalidade, modelos estatísticos são utilizados para definir a melhor predição.
Sinais do câncer infanto-juvenil
Os sinais e sintomas do câncer entre crianças e adolescentes são muito semelhantes a doenças próprias da infância, como febre, perda de peso, cansaço, vômitos, aumento do volume abdominal, tosse e dor de cabeça, por exemplo.
“Para fazer o diagnóstico, para o médico conseguir identificar que isso é um câncer e não uma doença comum, ele precisa ter tido algum tipo de contato, de conhecimento nessa área, ou então fica muito difícil diferenciar”, diz Mônica Cypriano, diretora médica assistencial do Hospital do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC).
Sobre as orientações para pais e responsáveis, a recomendação, segundo Cypriano, é levar a criança ao pediatra assim que surgir algo que indique alteração do estado de saúde estável. “Mesmo que o pediatra não acerte da primeira vez, já que é difícil fazer o diagnóstico diferencial porque os sintomas se parecem bastante com doenças próprias da infância, procure novamente, de preferência o mesmo profissional. Porque se os pais procurarem três ou quatro pediatras diferentes, todos vão pensar no que é mais comum_ e não no que é mais raro, que é o caso do câncer”, conclui.