O grande corte de voos em Rondônia feito pela Azul e GOL após uma “chuva de processos judiciais” está também relacionado, em parte com os cancelamentos de voos.
Após uma grande repercussão das reportagens sobre o cancelamento dos voos da Azul de Porto Velho para Manaus, Salvador, Recife, Campinas e o não retorno de Belo Horizonte, além da saída da GOL dos voos entre as capitais de Rondônia e do Amazonas, o AEROIN fez uma análise de dados de cancelamento em Porto Velho.
Para relembrar o caso, as duas empresas aéreas alegaram uma taxa de judicialização muito acima do normal no estado da Região Norte, que na Azul representaria 20% das ações que ingressadas contra a companhia, apesar de Rondônia ter apenas 0,8% da população brasileira, sendo que nem todos os cidadãos do estado voam pela companhia.
Por outro lado, analisando os dados fornecidos pela ANAC, que liberou apenas as informações de janeiro a abril, segundo pede a Resolução 218, que exige que as companhias aéreas repassem os dados de cancelamentos e atrasos, chega-se a um outro número acima da média.
Neste período citado acima, a Azul cancelou 17,24% dos voos em Porto Velho e a GOL em torno de 19,83%, enquanto a média nacional das empresas foi de apenas de 5,16% no período.
Este número mostra que, em média as empresas cancelaram quase quatro vezes mais voos em Porto Velho, tanto saindo como chegando na capital rondoniense, do que no resto do Brasil. E outro número interessante vem da LATAM: a empresa não cancelou nenhum voo na cidade entre janeiro e abril e também não teve nenhum atraso acima de 10 minutos.
A operação da LATAM, por outro lado, sempre foi mais limitada, com voos fixo apenas a Brasília e alguns pontuais para Guarulhos, enquanto a GOL também voava para Manaus, além da capital para federal, e a Azul para Manaus, Salvador, Recife, Campinas e Cuiabá.
De atrasos significativos, apenas a Azul teve 11% dos voos em Porto Velho com atraso de 15 a 30 minutos e apenas no mês de fevereiro.
Os problemas no aeroporto estariam também relacionados à infraestrutura, já que Porto Velho conta com sistema de pouso por instrumento (ILS) da Categoria 1 em apenas uma das cabeceiras.
A formação de nevoeiro é comum na madrugada, horário em que maioria dos voos ocorrem, visando permitir conexões no aeroporto de destino para outras cidades.
Ainda assim, a razão de quatro vezes mais cancelamentos é bem distante da taxa processual, que no caso da Azul como citado anteriormente, é 25 vezes maior do que a população do estado.