Coordenador do curso de Medicina Veterinária ensina truques para melhorar a convivência entre os bichos
Na ficção, desenhos animados, os cães e gatos costumam ser inimigos mortais, mas isso está bem longe do que costuma acontecer na realidade. Mesmo sendo de espécies diferentes, cães e gatos na maioria das vezes são amigos inseparáveis dentro dos lares brasileiros e na maioria dos países do mundo, onde são tratados como membros da família e vivem em perfeita harmonia na maioria das vezes.
Uma grande parte dos pets acaba passando um longo período do dia sozinhos em casa, pois os tutores têm seus trabalhos e atividades diárias, e no intuito de minimizar essa solidão, eles acabam adquirindo outro pet, que nem sempre será da mesma espécie, e isso tem dado muito certo, afirma o coordenador do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, Odilon Soares.
“Primeiro é necessário entender que cães e gatos possuem naturezas diferentes. Cachorros são mais brincalhões, gostam de correr e pular, enquanto os gatos são animais observadores, e possuem um comportamento um pouco mais sério, porém, eles podem conviver bem, basta ter alguns cuidados no processo de adaptação”, pontua.
Segundo o professor é preciso respeitar a individualidade de cada espécie, seus limites e comportamentos. “Cada animal terá o seu espaço, a sua cama, comedouro, bebedouro e vários brinquedos. É importante tentar respeitar os utensílios do animal que já reside em casa e deixá-los nos mesmos locais de sempre”, afirma o médico veterinário.
A seguir, o especialista listou algumas dicas para que os tutores consigam fazer a paz reinar entre os pets.
ADAPTAÇÃO
Quando você já tem um animal em casa e quer introduzir outro, os cuidados têm que ser na socialização, aos poucos, com cuidado, e sempre com supervisão, respeitando a individualidade de cada animal e sua espécie.
Os cães, na maioria das vezes, aceitam bem outros animais, em questão de semanas essa adaptação ocorre; diferentemente dos gatos que são mais receosos, essa adaptação pode demorar até 3 meses, sempre lembrando que quem é o dono do território é o tutor, e não os cães e os gatos, isso é um ponto bem importante.
OFEREÇA ESPAÇO, COMIDA E BRINQUEDOS INDIVIDUAIS
A maior parte das desavenças entre os animais se dá por conta de território e comida. O animal dominante, geralmente o primeiro, ou que está a mais tempo no ambiente, não vai querer perder seu espaço, e por isso é comum que o pet fique agressivo e até depressivo com a chegada de um novo bicho em casa. Por essa razão, é importante que o tutor crie um ambiente para que os animais se sintam bem e não tenham competição por território e nem por comida e água.
Deixando vasilhas de água e comida disponíveis para cada espécie, para os cães sempre as vasilhas no chão e para os gatos as vasilhas podem ser colocadas em mesas ou lugares mais altos. Além disso, é interessante que haja um enriquecimento ambiental para os gatos, com nichos ou plataformas onde os animais possam ficar no alto — é um comportamento natural desses animais — e que sejam uma área de “refúgio” caso eles sejam atacados e perseguidos pelos cachorros.
DÊ ATENÇÃO IGUAL AOS PETS
A competição entre os pets também pode ser causada por atenção desmedida entre os animais. O tutor deve dar a mesma atenção a todos os animais, começando em especial pelos pets que vivem há mais tempo no local. Da mesma forma, na hora de distribuir a comida, os primeiros bichos devem ser alimentados primeiro.
CRIE UM AMBIENTE DE HARMONIA
Os animais devem ser estimulados a conviver pacificamente, e o tutor deve estimular brincadeiras e repreender brigas. Quando testemunhar alguma desavença entre eles, o ideal é não bater, castigar, mas sim, repreendê-los.
Por outro lado, quando perceber avanços na relação deles, como uma brincadeira em conjunto ou os dois dividindo caminhas, isso deve ser festejado — com petiscos ou palavras de carinho, assim o animal fará a associação que o relacionamento harmonioso é recompensado com bons momentos.