O Brasil tem a maior taxa de juros reais do mundo, segundo ranking elaborado pela MoneYou e Infinity Asset Management. Nosso País figura em primeiro lugar na lista, com uma tava de 7,29%, seguido do México, com 6,13%, e da Colômbia, com 5,13%.
No Brasil, a taxa básica de juros, é definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária), e atualmente está em 13,75% ao ano. A Taxa Selic é utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação, e influencia todas as outras taxas de juros do país, como as cobradas em empréstimos.
Segundo o financista e coordenador do Instituto de Finanças da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Ahmed Sameer El Khatib, a Selic é a taxa que o governo paga quando pega dinheiro emprestado. Ela é a principal forma e a mais rápida do governo impactar a economia, uma vez que ela impacta diretamente os mais diversos setores da economia.
“A taxa Selic é utilizada pelo Banco Central do Brasil como uma ferramenta para atingir seus objetivos macroeconômicos, como, principalmente, o controle da inflação. Ela influencia todas as outras taxas de juros do país, como as cobradas em empréstimos, financiamentos e até de retorno em aplicações financeiras. Qualquer mudança que o Banco Central do Brasil fizer na taxa resultará em uma alta ou queda da inflação. Além disso, a taxa Selic é um importante instrumento para controle da inflação, já que tem impacto direto sobre o consumo das famílias e, principalmente, a oferta de crédito na economia”, explica o docente.
O QUE INFLUENCIA A SELIC?
A taxa Selic é influenciada por diversos fatores, sendo o principal deles a inflação. Quando a inflação está alta, o Banco Central pode aumentar a taxa Selic para desacelerar a economia e controlar a inflação. Além disso, a taxa Selic também pode ser influenciada pelo perfil dos títulos públicos federais negociados e pelo nível de emprego e renda da população. Outro fator que pode influenciar a taxa Selic é o câmbio, já que uma taxa Selic mais alta pode atrair mais recursos estrangeiros para o país.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil avalia diversos fatores para definir a meta da taxa Selic. Além disso, a ata do Copom traz informações sobre as projeções econômicas em relação à economia e às perspectivas futuras, o que pode ser útil para entender as tendências do mercado financeiro, sendo uma fonte importante de informações para investidores, analistas e demais interessados em acompanhar a política monetária do Brasil.
SELIC E OS INVESTIMENTOS
Segundo o professor universitário, quando a taxa Selic está alta, os investimentos em renda fixa, como títulos públicos e CDBs, tendem a ser mais rentáveis, já que os juros pagos pelos empréstimos e financiamentos também são mais altos.
Por outro lado, em um cenário de Selic baixa, os investidores tendem a buscar opções mais arriscadas, como ações, para obter maiores retornos. Além disso, a taxa Selic também pode influenciar indiretamente a valorização ou não das ações de empresas negociadas nas bolsas de valores.
“Quando a taxa Selic aumenta, o acesso ao dinheiro pela população, tanto por linhas de crédito, empréstimos e financiamentos, fica reduzido, o que pode afetar o consumo e, consequentemente, a economia. Em resumo, a taxa Selic é um importante indicador para investidores, que devem estar atentos às suas variações para tomar decisões de investimento mais informadas”.
A taxa Selic interfere também nas aplicações de renda fixa, renda variável e previdência privada, como os planos fechados de empresas. Na renda fixa, a taxa Selic é um importante indicador para investidores, já que os juros pagos pelos empréstimos e financiamentos também são mais altos quando a taxa Selic está alta, tornando os investimentos em renda fixa mais rentáveis. Na renda variável, a taxa Selic pode afetar indiretamente a valorização ou não das ações de empresas negociadas nas bolsas de valores.
Em relação à previdência privada, a taxa Selic pode afetar tanto os planos de renda fixa quanto os de renda variável. Quando a taxa Selic está alta, os planos de renda fixa tendem a ser mais rentáveis, enquanto os planos de renda variável podem ser mais arriscados.
ONDE E COMO INVESTIR
Com a Selic alta, investir em renda fixa pode ser uma boa opção, já que os juros pagos pelos empréstimos e financiamentos também são mais altos, tornando os investimentos em renda fixa mais rentáveis. Além disso, investir em títulos públicos e CDBs pode ser uma opção interessante, já que esses investimentos costumam ser indexados à taxa Selic.
Já com a Selic baixa, os investidores tendem a buscar opções mais arriscadas, como ações, para obter maiores retornos. Além disso, investir em fundos imobiliários e em títulos privados pode ser uma opção interessante, já que esses investimentos costumam ter rentabilidades maiores em cenários de Selic baixa.
“Com a Selic alta, investir em renda fixa pode ser uma boa opção, enquanto com a Selic baixa, os investidores tendem a buscar opções mais arriscadas e com maior potencial de retorno. É importante lembrar que cada investimento tem suas particularidades e riscos, e que é importante avaliar cada opção com cuidado antes de investir”, acrescenta.
FUTURO DO JUROS NO BRASIL
Na opinião do docente, há possibilidade que a taxa encerre o ano entre 12,5% e 13%, o que ainda é um valor elevado.
“Acredito que o comitê do BC responsável por definir a taxa de juros, o Copom, deve manter a Selic estável na próxima reunião de maio de 2023. Podemos esperar uma redução moderada para os próximos meses, a partir de setembro, possivelmente, mas a perspectiva é que encerremos o ano de 2023 com um patamar na casa de 12,5% a 13%, o que ainda é elevado. Com tantos fatores no horizonte, as perspectivas para o futuro da Selic variam muito. Tudo depende de como será feita a lição de casa econômica, política e, principalmente, fiscal. Por exemplo, se essa tarefa não for feita e não tivermos interferência do governo na política de juros, nada impede de fecharmos o ano com 14% de Selic”, finaliza.
O especialista: Ahmed Sameer El Khatib é doutor em Administração de Empresas, Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC/SP e graduado em Ciências Contábeis pela USP. É pós-doutor em Contabilidade pela Universidade de São Paulo e pós-doutor em Administração pela UNICAMP. É professor e coordenador do Instituto de Finanças da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) e professor adjunto de finanças da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Sobre a FECAP
A Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) é referência nacional em Educação na área de negócios desde 1902. A Instituição proporciona formação de alta qualidade no Ensino Médio (técnico, pleno e bilíngue), Graduação, Pós-graduação, MBA, Mestrado, Extensão e cursos corporativos e livres.
Diversos indicadores de desempenho comprovam a qualidade do ensino da FECAP: nota 5 (máxima) no ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e no Guia da Faculdade Estadão Quero Educação 2021, e o reconhecimento como melhor centro universitário do Estado de São Paulo segundo o Índice Geral de Cursos (IGC), do Ministério da Educação. Em âmbito nacional, considerando todos os tipos de Instituição de Ensino Superior do País, a FECAP está entre as 5,7% IES cadastradas no MEC com nota máxima.