O presidente Jair Bolsonaro (PL) revelou nesta terça-feira (7) que fez um acordo com o ministro Alexandre de Moraes para baixar o tom das críticas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e publicar a “carta à nação”, logos após as manifestações de 7 de setembro de 2021. Em entrevista concedida ao SBT News, o presidente da República afirmou que naquela ocasião teria combinado “certas coisas” com Alexandre de Moraes, mas que o ministro não cumpriu o que eles haviam tratado, sem mencionar detalhes desse acordo.
“Vou te falar uma coisa aqui que eu não falei pra ninguém. Tava eu, o Michel Temer e um telefone celular na minha frente. Ligamos para o Alexandre de Moraes. Conversamos por três vezes com ele e combinamos certas coisas (sem entrar em detalhes) para assinar aquela carta. Ele (Moraes) não cumpriu nenhum dos itens que combinei com ele. Logicamente eu não gravei essa conversa, por questão de ética, jamais faria isso. Mas eu digo pra você. O senhor Alexandre de Moraes não cumpriu uma só das coisas que acertamos naquele momento para eu assinar aquela carta.
Questionado pela entrevistadora sobre quais seriam os detalhes desse acordo, Bolsonaro evitou dar outras informações. “Não vou te falar isso aqui. A carta está pública. O que nós combinamos ali são outras questões para exatamente diminuir a pressão sobre essa perseguição que ele faz até hoje em cima de pessoas que me apoiam. Como por exemplo em cima do próprio deputado Francischini que de forma completamente sem qualquer justificativa, sem embasamento, cassaram o mandato dele porque quando faltavam 10 minutos para terminar as eleições de 2018 ele deu sua opinião sobre as urnas eletrônicas. E digo mais: a opinião dele é exatamente igual a minha. Isso é atacar o sistema democrático ou é tentar aperfeiçoá-lo?”, indagou Bolsonaro.
Francischini teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por propagação de informações falsas contra o sistema eleitoral brasileiro. O parlamentar foi alvo de investigação após afirmar em redes sociais durante o primeiro turno das eleições de 2018 que as urnas eletrônicas tinham sido adulteradas para impedir a eleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).