Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 - Email: [email protected]




Bloquear a absorção de ferro em pacientes com lúpus pode ser parte de novo tratamento



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Descoberta reduziu os sintomas da doença e promoveu a atividade das células T — Frequentemente, pacientes com lúpus são anêmicos, embora as células T deles tenham altos níveis de ferro.

Uma equipe multidisciplinar de pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos, pode ter descoberto um novo tratamento para lúpus eritematoso sistêmico (LES), a forma mais comum da doença autoimune.

Em resumo, eles constataram que o bloqueio de um receptor de absorção de ferro reduziu os sintomas da doença e promoveu a atividade das células T em uma pesquisa com camundongos com LES. As descobertas foram publicadas em 13 de janeiro na revista Science Immunology.

O que é lúpus?

Lúpus é uma doença autoimune, isto é, quando o sistema imunológico ataca os próprios tecidos saudáveis de uma pessoa, causando dor, inflamação e dano tecidual. Geralmente, lúpus afeta mais a pele, articulações, cérebro, pulmões, rins e vasos sanguíneos.

De acordo com a Fundação Americana de Lúpus, cerca de 1,5 milhão de norte-americanos e 5 milhões de pessoas em todo o mundo tem alguma forma de lúpus.

Tratamentos

Atualmente, os tratamentos para o lúpus visam controlar os sintomas, reduzir o ataque do sistema imunológico aos tecidos e proteger os órgãos contra danos.

Apesar da quantidade de pessoas com a doença nos Estados Unidos, existe apenas um agente biológico direcionado para o tratamento: o belimumabe, aprovado em 2011.

De acordo com Jeffrey Rathmell, um dos autores do estudo, tem sido desafiador criar tratamentos para a doença. “A população de pacientes e a doença são heterogêneas, o que dificulta o desenho e a condução de ensaios clínicos.”, explicou.

Como foi feito o estudo?

Kelsey Voss e seus colegas iniciaram a pesquisa sabendo que o ferro parecia ser um “denominador comum em muitos dos problemas nas células T”. Assim, a primeira etapa do estudo foi usar uma tela de edição do genoma CRISPR para avaliar os genes de manipulação de ferro nas células T.

Com isso, identificou-se que o receptor de transferrina, que importa ferro para as células, como crítico para as células T inflamatórias e inibitório para as células T reguladoras anti-inflamatórias.

A partir disso, os pesquisadores descobriram que o receptor de transferrina era mais expresso em células T de camundongos propensos ao LES e células T de pacientes com LES, o que fazia com que as células acumulassem muito ferro. Isso ajudava a explicar por que os pacientes com lúpus, frequentemente, são anêmicos, embora as células T deles tenham altos níveis de ferro.

Então, eles usaram um anticorpo para bloquear o receptor de transferrina. Assim, eles observaram uma redução nos níveis intracelulares de ferro, o que inibiu a atividade inflamatória das células T e aumentou a atividade regulatória das células T.

Por fim, o tratamento de camundongos propensos ao LES com o anticorpo reduziu a patologia renal e hepática e aumentou a produção do fator anti-inflamatório IL-10.



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