Um dos destinos mais concorridos da pesca esportiva, carro-chefe do turismo rondoniense, Rolim de Moura do Guaporé, distrito do município de Alta Floresta d’Oeste, caminha para se tornar uma referência em bioeconomia no estado. O primeiro passo nesse sentido foi dado com o Curso Técnico em Agronegócio ofertado pelo Instituto Estadual de Desenvolvimento da Educação Profissional (Idep), por meio da unidade executora Centro Técnico Estadual de Educação Rural (Centec Abaitará), localizada em Pimenta Bueno. A formatura aconteceu quinta-feira (14), no ginásio de Esportes da Escola Ana Nery, onde foram ministradas as aulas em um período de dois anos.
Durante a cerimônia de diplomação dos 18 formandos, representantes da comunidade deram o testemunho dos avanços no desenvolvimento na economia local. Depois dos trabalhos realizados em sala de aula, houve o fortalecimento da bioeconomia no distrito, porque os empreendedores lançaram novos produtos e agregaram valor à produção que já existia. A turma chegou a lançar a Feira Livre de Rolim de Moura do Guaporé, que além do sucesso entre os moradores da localidade – ribeirinhos, quilombolas e indígenas, tornou-se uma das atrações de turistas do Brasil e de outros países que visitam a região.
O concluinte Rande Gomes Monteiro, de 30 anos, que foi o orador da turma, destacou no seu discurso os benefícios que o aprendizado gerou no povoado, cuja vocação econômica é o turismo, a agricultura familiar e pecuária.
“O Curso Técnico em Agronegócio nos deu uma base sólida. Aproveitamos não só sobre plantio, colheita e processos industriais, mas também sobre o valor do trabalho em equipe e da inovação”, reconheceu o estudante indígena da etnia Sakirabiar que já tinha feito no Abaitará, o Curso Técnico em Agroecologia. O estudante teve uma importante função para instituição levar uma sala de aula descentralizada até sua comunidade.
EMPREENDEDORISMO VERDE
Todos os moradores saíram ganhando porque o empreendedorismo verde prosperou. Da turma do Curso Técnico em Agronegócio saíram novidades como o artesanato indígena; sabão e sabonete à base de óleo de cozinha descartado; horta comunitária; iogurte gourmet com frutas típicas da região, como açaí e cupuaçu; produção de mudas com flores ornamentais; e a fabricação de produtos derivados do leite, a exemplo de queijos, requeijão e doce de leite.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, o progresso econômico e o desenvolvimento social de lugares que estão tendo acesso ao ensino profissionalizante depois que a gestão estadual expandiu a qualificação da mão de obra é um marco na história de Rondônia. “Com a interiorização do ensino profissionalizante, moradores de lugares que nunca tinham recebido um curso técnico, estão tendo a oportunidade de mudar suas vidas para melhor”, ressaltou.
A presidente do Instituto Estadual de Desenvolvimento da Educação Profissional, Adir Josefa de Oliveira, fez um balanço das ações do Idep ao saudar os novos técnicos agrícolas. “Hoje, todos os 52 municípios de Rondônia são contemplados por cursos profissionalizantes. A instituição, além de receber os estudantes em suas salas de aula, conta com o ensino online e as escolas móveis”, destacou.
A descentralização da educação profissional está mudando a vida de quem vive em comunidades distantes da Zona Urbana; como o distrito Rolim de Moura do Guaporé, cujo acesso é difícil , inclusive com travessia de rio, o que torna ainda mais desafiador a busca pelo conhecimento.