Assistidos pelo Governo de Rondônia por meio da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO), quilombolas da região do Vale do Guaporé vêm ganhando destaque na produção de alimentos e geração de renda para a comunidade. Inseridos nas políticas públicas de desenvolvimento agrícola e social estão aprendendo a obter uma produção tecnicamente melhorada, para agregar valor ao produto através de seu beneficiamento.
Além da produção de alimentos, estão sendo trabalhadas junto às comunidades quilombolas de Santa fé e Forte Príncipe da Beira, em Costa Marques, Pedras Negras e Santo Antônio em São Francisco do Guaporé, atividades de inclusão no desenvolvimento econômico. A castanha é a principal fonte de renda nessa região, junto à farinha, carro-chefe da economia local. As comunidades receberam ainda, mudas de café e de urucum para diversificação da produção. Visando a implementação do turismo, os pescadores são orientados a emitir a carteirinha de pesca, e assim, desenvolver a atividade de pesca esportiva. Também estão sendo realizadas ações de inserção ao crédito rural para aquisição de embarcações, com o intuito de trabalharem com ecoturismo.
POLÍTICAS PÚBLICAS
A gerente do escritório local da Autarquia, Magnauele Gonçalves Marques relatou que, desde 2019 a Emater-RO desenvolve atividades na região quilombola, trabalhando com café, hortaliças, frutíferas e mandioca para fabricação de farinha, levando as políticas públicas do governo estadual para o desenvolvimento das famílias. “Conseguimos mudar a visão da comunidade, e pessoas que tinham saído para morar na área urbana da cidade voltaram para o campo”, pontuou.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, o objetivo é ampliar e impulsionar as produções sustentáveis nas comunidades quilombolas, com o objetivo de colher resultados cada vez melhores, no desenvolvimento e bem-estar econômico e social dessas famílias.
Segundo a gerente Regional do Território Vale do Guaporé, Jaqueline Rosa, a atividade desenvolvida com a comunidade quilombola é diferente. “O importante é que a comunidade evolua, cada um no seu tempo, produzindo o que gosta, a ideia é promover a sustentabilidade da comunidade, a fim de que possam produzir para seu consumo, não tendo a necessidade de trazer produtos de fora”, pontuou.
O diretor-presidente da Emater-RO, Luciano Brandão ressaltou que, os atendimentos que a Emater-RO realiza com os produtores quilombolas têm contribuído na evolução das atividades. ‘‘Nosso objetivo é potencializar, ainda mais, as boas práticas da agricultura regenerativa sustentável nas comunidades quilombolas do Estado”, ressaltou.
QUILOMBOLAS
Os remanescentes quilombolas são descendentes de escravizados trazidos pela ação bandeirante que, no século 18, desbravou a floresta Amazônica em busca de ouro e pedras preciosas. Vivem em Rondônia, uma população de 2.926 quilombolas, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022, com destaque para a região do Vale do Guaporé, que é a mais populosa. Somente o município de Costa Marques abriga 1.935, o que representa 45,97% dessa população, que tem seus ritos, cultura, e buscam preservar as tradições, ao mesmo tempo em que a inovação e tecnologia chegam para integrá-los à atividade produtiva.