As queimadas no Brasil neste ano atingiram níveis recordes. Dados do levantamento do Monitor do Fogo do Mapbiomas, lançado nesta sexta-feira (11/10), mostram que a área queimada no país entre janeiro e setembro foi 150% maior que no ano anterior. Foram 22,38 milhões de hectares queimados, uma área comparável ao estado de Roraima.
De acordo com o levantamento, aproximadamente três em cada quatro hectares queimados eram de vegetação nativa, principalmente formações florestais, que ocupavam 21% da área queimada.
No período de janeiro a setembro de 2024, Mato Grosso, Pará e Tocantins acumulam mais da metade da área queimada no Brasil (56%). Sozinho, o Mato Grosso responde por 25% do total: foram 5,5 milhões de hectares queimados. Pará e Tocantins ficaram em segundo e terceiro lugares, com 4,6 milhões e 2,6 milhões de hectares queimados, respectivamente.
A diretora de ciências do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar, esclarece que o período de seca na Amazônia, que normalmente ocorre de junho a outubro, tem sido particularmente severo em 2024.
“Um reflexo da intensificação das mudanças climáticas, que acabam tendo papel crucial para a propagação de incêndios. Isso se reflete nos números de setembro, onde metade da área queimada na região foi em formações florestais”, pontuou Ane Alencar.
O MapBiomas explica que, até o momento, setembro continua como o mês com o maior pico de queimadas em 2024. Em agosto foram queimados 5,65 milhões de hectares, em setembro foram 10,65 milhões, um salto de 90% de um mês para o outro. O número é ainda maior ao comparar com setembro de 2023, em que houve um aumento de 181%.