Os produtores de arroz do Rio Grande do Sul devem aumentar a área plantada do cereal na safra 2024/25 para 948.356 hectares, um crescimento de 5,3% em relação aos 900.203 mil hectares colhidos em 2023/24. A previsão foi divulgada nesta segunda-feira (26/8) pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga-RS), durante a Expointer 2024, em Esteio (RS).
O crescimento demonstra uma continuidade na tendência de recuperação de área da cultura, que costumava ocupar mais de 1 milhão de hectares no Rio Grande do Sul até o final da década de 2010, mas havia caído até 840 mil hectares na safra 2022/23. O Estado responde por cerca de 70% da produção nacional do cereal.
“Mesmo com uma maior lavoura, a produção gaúcha de arroz está em um ponto de equilíbrio no mercado, e não deve ocorrer risco de desabastecimento”, afirma o presidente do Irga, Rodrigo Machado.
De acordo com o Instituto, a produção de arroz no Rio Grande do Sul na safra 2023/24 foi de 7,198 milhões de toneladas, uma queda de apenas 0,57% em relação às 7,239 milhões de toneladas da safra 2022/23.
“Perdemos 46.991 hectares, ou 5,22% do total, devido às enchentes e às chuvas de abril e maio. Se não tivesse ocorrido esse fenômeno, a safra teria registrado um crescimento”, explica Flávia Miyuki Tomita, diretora técnica do Irga.
Rotação
Já em relação à soja plantada em áreas baixas, usada em rotação de cultura com o arroz, o Irga prevê uma redução de plantio. A estimativa é de uma lavoura de 403,9 mil hectares da oleaginosa em terrenos de arroz na safra 2024/25, uma queda de 4,34% em relação aos 422,2 mil hectares semeados na última temporada. As lavouras de soja na metade sul, em terrenos baixos, foram algumas das mais afetadas pelas enchentes.
Para Alexandre Azevedo Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), o produtor deve seguir apostando em plantio de soja e outras atividades como garantia de diversificação de renda.
“Estamos recuperando nesta safra uma parte da área de arroz que nós já plantamos aqui no Estado, que era de mais de 1 milhão de hectares. Mas o produtor hoje tem consciência que ele tem que continuar com uma rotação de culturas, não apenas apostando na soja quando possível, mas também em integração com a pecuária”, afirma.