Apesar da grande quantidade de candidatos homossexuais que estão disputando as eleições deste ano em Rondônia, apenas um deles assumiu esta orientação. Há casos de candidatos que vivem com parceiros do mesmo sexo, mas como não é obrigatório este tipo de declaração, eles concorrem como héteros.
Entre os candidatos mais conhecidos no país e que são assumidamente gays estão dois governadores: o gaúcho Eduardo Leite, do PSDB, que disputa a reeleição, e a potiguar Fátima Bezerra, do PT, que também busca um segundo mandato consecutivo no Rio Grande do Norte. Os dois são favoritos em seus Estados.
Um levantamento da VoteLGBT+, uma organização não-governamental que atua para aumentar a representatividade de pessoas LGBT+ na política, mapeou 214 pedidos de registros de candidaturas desse público nas eleições de 2022.
A quantidade representa um aumento de 36% em relação às eleições de 2018. Quatro anos atrás, a ONG identificou 157 candidaturas LGBT+. Esta sigla, que norteou o levantamento, abrange lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros e outros grupos como assexuais e não-binários, por exemplo.
Para chegar ao número de candidaturas, a ONG criou um cadastro para os candidatos interessados. Este questionário também foi enviado aos partidos. A ONG ainda fez levantamentos sobre as convenções partidárias que aprovaram as candidaturas.
Inicialmente, eram 256 pré-candidatos LGBT+. No entanto, uma parte das pré-candidaturas ficou pelo caminho.
A confirmação do número final de candidatos foi feita de acordo com a checagem dos pedidos de registros feitos que aparecem no sistema DivulgaCand do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Candidatos que são LGBT+ mas que não demonstraram interesse em participar do levantamento da ONG ficaram de fora da lista de 214 postulantes.
No registro de candidatura, o TSE não questiona a orientação sexual dos candidatos e só possui as opções “masculino” e “feminino”, além de “não divulgável”, no tópico referente a gênero.
Existe, porém, a possibilidade de solicitar o registro da candidatura usando o nome social. De acordo com os dados do tribunal, 34 pessoas optaram por essa opção neste ano.
O único rondoniense “fora do armário” no pleito deste ano é o assistente social James Albino (PSB), de 26 anos, que é abertamente gay, mora em Porto Velho e concorre a uma vaga como deputado estadual. O blog que listou todos os candidatos LGBT+ no Brasil este ano entrevistou o jovem rondoniense (CONFIRA AQUI)