Cenário internacional
Em consequência, o crescimento do PIB permite um posicionamento mais competitivo do Brasil no cenário internacional, explica o economista Hugo Garbe.
“No terceiro trimestre de 2024, o país registrou o quarto maior crescimento entre as economias do G20, superando nações como China e Estados Unidos. Esse crescimento fortalece a confiança de investidores estrangeiros, potencializando investimentos diretos e ampliando a participação brasileira no comércio global”, comenta.
Em complemento, o educador financeiro Raul Sena cita a possibilidade de atração de mais investimentos estrangeiros, aumento da credibilidade do país e maior acesso a mercados globais.
“Além disso, pode impulsionar acordos comerciais estratégicos. No entanto, para que isso seja sustentável, o Brasil precisa manter o foco em reformas estruturais e na consolidação de uma agenda econômica sólida. Caso contrário, será apenas mais um ‘voo de galinha’“, analisa Sena.
Com o desempenho do PIB, o dólar registrou queda, mas se manteve acima de R$ 6 nesta terça. Para Garbe, a redução pode ser explicada pela valorização da moeda nacional, mas outros fatores como políticas monetárias e condições externas também influenciam o câmbio.
“Apesar do desempenho econômico positivo, o mercado projeta uma taxa de câmbio de R$ 5,60 por dólar para 2024, indicando uma depreciação do real. Isso sugere que, embora o crescimento do PIB seja um fator relevante, a taxa de câmbio é afetada por uma combinação de elementos econômicos e políticos, tanto domésticos quanto internacionais”, disse.
FMI
Em outubro, o FMI (Fundo Monetário Internacional) elevou a projeção de crescimento da economia brasileira de 2,1% para 3% em 2024. Apesar da melhora, o fundo estima desaceleração para 2025, com o crescimento caindo de 2,4% para 2,2%.
Segundo a organização, a economia brasileira crescerá mais que o previsto por causa de resultados melhores que o esperado no primeiro semestre, além da consequência de um mercado de trabalho forte, inflação sob controle e o aumento da renda. O FMI também citou impacto menor que o esperado das enchentes no Rio Grande do Sul sobre o PIB.
Serviços puxam PIB
O crescimento dos serviços se deve aos desempenhos positivos das atividades de informação e comunicação (2,1%), outras atividades de serviços (1,7%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,5%), atividades imobiliárias (1%), comércio (0,8%), transporte, armazenagem e correio (0,6%) e administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,5%).
Na indústria, houve alta de 1,3% nas indústrias de transformação. Por outro lado, caíram: construção (-1,7%), eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-1,4%) e indústrias extrativas (-0,3%).