A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analisa pedido de autorização do uso emergencial de vacina bivalente contra a Covid-19. O imunizante é desenvolvido pelo laboratório farmacêutico Moderna e comercializado pela empresa Adium S.A. A Moderna já havia solicitado o registro definitivo em janeiro, que também está em avaliação.
Caso aprovada, esta será a segunda vacina deste tipo a receber o aval da agência. Em novembro de 2022, a Anvisa aprovou o uso temporário e emergencial da bivalente Pfizer. No dia 31 de janeiro deste ano, a farmacêutica pediu o registro definitivo da vacina, que ainda se encontra em análise. O imunizante está, inclusive, inserido no calendário de imunização divulgado pelo Ministério da Saúde.
De acordo com a Anvisa, a vacina bivalente contém uma mistura de cepas do vírus Sars-CoV-2 e visa oferecer maior proteção contra a variante Ômicron, quando comparada com vacinas monovalentes.
A infectologista do Centro Especializado em Doenças Infecciosas de Brasília Joana D’arc Gonçalves afirma que a recomendação atual de uso das vacinas bivalentes é mais voltada para grupos considerados de risco. Ela detalha as diferenças entre esses imunizantes e aqueles que estão em uso há mais tempo.
“A diferença entre as vacinas anteriores e as atuais bivalentes é que as bivalentes oferecem proteção contra a variante original do vírus e contra as cepas que surgiram depois, principalmente aquelas que eram mais transmissíveis na época, que eram as variantes da Ômicron”, destaca.
Desde o primeiro caso de Covid-19 identificado no Brasil, em fevereiro de 2020, 36.997.328 casos da doença e 698.381 óbitos foram registrados. A especialista ressalta a eficácia do esquema vacinal completo na redução nos casos de hospitalização e mortalidade associadas à Covid-19.
“A gente tem visto que o esquema vacinal normal com as doses de reforço é um esquema bem eficaz. Não estamos mais tendo casos de hospitalização e mortalidade associada à Covid-19, são casos raros no momento. E a Anvisa aprovar um leque de vacinas faz com que a gente possa ter maior possibilidade de proteção para aquelas pessoas que precisam,” pontua Joana D’arc.
A Anvisa tem 30 dias para concluir a análise do pedido de uso emergencial da vacina da Moderna, que foi feito no dia 17 de fevereiro. No entanto, o prazo é interrompido caso seja necessário solicitar esclarecimentos à empresa responsável pelo imunizante. A análise é feita em conjunto pelas áreas de Produtos Biológicos, que avalia os aspectos de qualidade, segurança e eficácia; de Farmacovigilância, responsável pelo monitoramento e pelos planos de acompanhamento da vacina, após sua entrada em uso no país; e de Inspeção e Fiscalização, responsável pela avaliação das Boas Práticas de Fabricação.