Os pesquisadores testaram simultaneamente centenas de substâncias ativas em células vivas de tecido cancerígeno humano. O pesquisa focou principalmente em substâncias neuroativas, como antidepressivos, medicamentos para Parkinson e antipsicóticos. Ao todo, foram testados até 130 medicações em amostras de tumores de 40 pacientes.
Os resultados mostraram que alguns dos antidepressivos foram eficazes contra as células tumorais, inibindo a reprodução celular. A vortioxetina provou ser o antidepressivo mais eficaz.
Em outra etapa da pesquisa, eles testaram a vortioxetina em camundongos com glioblastoma. O medicamento mostrou ser eficiente nesses testes, especialmente quando combinado com o tratamento padrão.
O grupo agora prepara um ensaio clínico em que pacientes com glioblastoma serão tratados com vortioxetina, além do tratamento padrão (cirurgia, quimioterapia, radiação).
“A vantagem da vortioxetina é que ela é segura e muito econômica”, diz Michael Weller, professor do Hospital Universitário de Zurique, diretor do Departamento de Neurologia e coautor do estudo publicado na Nature Medicine. “Como o medicamento já foi aprovado, ele não precisa passar por um procedimento de aprovação complexo e pode em breve complementar a terapia padrão para esse tumor cerebral mortal.”